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No interior da Bahia, cultura floresce na contramão do país. Por: Cleber Teixeira

Ruy Barbosa vive dias interessantes. Pelo menos no que se refere à intelectualidade. Recentemente, participei de uma das quatro oficinas voltadas para a produção audiovisual promovidas pelo Coletivo Cultural Modo Livre. Jamais imaginei ter a oportunidade de uma certificação nessa área de forma gratuita e de encontrar profissionais de renome nesse segmento em uma cidade do interior, já que também venho de uma.

Dias depois, estive no sarau que discutiu a obra “Torto Arado”, do premiadíssimo Itamar Vieira Júnior, em um café da cidade. Citando Chico César, ainda estou "em estado de poesia" pelo nível do debate e pelas escolhas dos textos apresentados. O evento, que recebeu diversos leitores, teve como convidados o professor Iarly Araujo e o poeta e curador do Museu do Rancho Recanto da Chapada, Leonardo Santos. 

Este, no mesmo sarau, anunciou o início do projeto Saraus Itinerantes, que percorrerá os diversos povoados do município, levando mais cultura e literatura para as comunidades rurais. Uma iniciativa que encanta tanto pelo aspecto cultural quanto pelo seu papel inclusivo, já que se direciona para um público geralmente desfavorecido. 

No Ceman, onde leciono, este ano recebemos um reforço de profissionais altamente gabaritados para compor o nosso corpo docente e a equipe gestora. Hoje, no nosso quadro, além de especialistas e mestres, temos uma PhD e outra em processo de pós doutoramento. Alguns desses colegas são lotados também na nossa rede municipal. No Ceman, há inclusive um projeto em andamento para a criação de uma revista acadêmica.

De modo que Ruy Barbosa, nesse momento, parece andar na contramão de um país que cada vez mais se afasta da intelectualidade e de valores culturais importantes. A cidade respira novos ares e oportuniza jovens e adultos a pensar, a ler e a produzir, tanto no centro quanto na roça. Desejo que esta e as próximas gestões municipais estejam atentas a essa efervescência, garantindo que os rui-barbosenses possam ter acesso à erudição, que não é luxo, é direito humano. 

Cleber Teixeira é professor da rede pública estadual da Bahia 



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