A dificuldade de acesso não impede que a enfermeira Monaliza Oliveira chegue até as famílias das áreas rurais do município de Boa Vista do Tupim, na Chapada Diamantina. Se não dá de carro, ela vai até de jegue.
Monaliza trabalha na sede de um Posto de Saúde da Família, que abrange também o assentamento Aliança e comunidade das Trezentas, comunidades que ficam na área rural.
Embora a prefeitura da cidade forneça o transporte para chegar até esses locais, a enfermeira prefere utilizar um jegue ou montar na garupa da moto de um funcionário do posto para driblar o acesso restrito e as condições da pista durante o período chuvoso, como ela conta.
“A prefeitura fornece o transporte para que a gente se desloque nessas duas localidades, todavia tem casas, sítios e fazendas que são um pouco mais distantes, e o acesso fica um pouco restrito, porque estamos em uma época de chuva, e as estradas ficam complicadas”, disse.
“Para agilizar o acesso de forma dinâmica para prestar atendimento a todos, a gente acaba utilizando a moto, às vezes vai a pé, às vezes de jegue. Mas a gente vai. E é assim que funciona”, contou.
As fotos de Monaliza montada em cima do jegue chamam atenção. Entretanto, a enfermeira conta que, por ter nascido ali mesmo em Boa Vista do Tupim, ela tira a situação de letra.
“Eu já sabia, porque sou daqui do município. Nasci em Feira de Santana, mas cresci em Boa Vista do Tupim. Saí para estudar Enfermagem e retornei. Já sabia andar de cavalo, de jegue. A gente faz de tudo um pouco”, afirmou.
Dos oito anos de formada, Monaliza Oliveira passou a maior parte trabalhando na cidade onde cresceu. A profissão é influência da mãe, enfermeira aposentada, que saiu de Itaberaba para trabalhar em Boa Vista do Tupim, onde conheceu o marido.
Na última visita que fez às comunidades na área rural, Monaliza aplicou a vacina contra a H1N1, além de fornecer um kit com equipamentos de proteção ao coronavírus.
Monaliza aplica vacina contra H1N1 — Foto: Monaliza Oliveira/divulgação
Os moradores da região, segundo ela, ficam bastante satisfeitos com a visita em “transportes alternativos”.
“É bem tranquilo quando a gente chega, e o pessoal recebe a gente super bem, porque fica muito feliz em ver que não medimos esforços para levar o melhor para todos, independentemente da distância. A gente arregaça as mangas e alcança”, disse.
Fonte: G1